Um rumor
de cascos
rasga
o voluptuoso
manto da noite
e vem repousar
fatigado
na superfície
da memória
O rosto da lua
escondeu-se
nos interstícios
dos dedos
a pensar nos rios
que amanhã
continuarão
a beijar o fundo
do mar
Há qualquer coisa
fugaz
à deriva
nesta tela
de improbabilidades
Um grão de areia
transfigura
radicalmente
o quadro mental
polvilhando
a pele
de novos
e inquietantes
silêncios
Pelas frestas
do pensamento
entra
um fiozinho de luz
e todo o real
volta a ser o que era
ininteligível
V. Solteiro, 24.07.06
6 comentários:
Hmmm...Este poderia se ro outro lado (o masculino) de Luna...
adorei o poema!
beijinho
CSD
PS: será que já nos conhecemos da Onda Poética?
Olá Claúdia!
Este poderia ser o lado lunar, como diz o Rui Veloso... :)
Sou frequentador esporádico da Onda Poética. Ouvinte atento...
manto da noite
fatigado na superfície
da memória
o rosto da lua escondeu-se
a pensar nos rios
que amanhã
continuarão a beijar o fundo do mar
pelas frestas do pensamento
o real volta a ser o que era
___
poema lindíssimo.
parabéns!
***maat
Olá Mir!
Esse é um voo rasante ao poema...
Presumo que gostou...Será assim?
Olá Maat!
Reconfortadoras, essas palavrinhas. Mesmo sem superlativo elas o seriam...
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