Aqui é noite, ninguém mora...


"- Bom dia. Diz-me um guarda.
Eu não ouço...apenas olho
das chaves o grande molho
parindo um riso na farda.
Vómito insuportável de ironia.
Bom dia, porquê bom dia?

Olhe, senhor guarda
(no fundo a minha boca rugia)
aqui é noite, ninguém mora,
deite esse bom dia lá fora,
porque lá fora é que é dia!"


"Manhã", poema de Luís Veiga Leitão, in "Noite de Pedra"

2 comentários:

Maria Azenha disse...

Veiga leitão com um poema irónico...conheci-o...
gosto.


***maat

lupuscanissignatus disse...

Irónico e, infelizmente, actual...

As grilhetas são hoje mais subtis e sofisticadas...