Volúpia



A seiva
da volúpia
cobre a noite
de sussurros

Gota a gota
pele a pele
desenham-se
diagonais
geografias


A ternura
que escorre
do tronco
confere
um inusitado
brilho
aos olhos
da madrugada

Lânguido
como o suor
que brota
das mãos
da clarinetista
assim a música
da alvorada
jorra
vibrante
por todas as
fontes

(Torrentes de lava
descem os ombros
como frutos incandescentes)

Do corpo
hirto
e esangue
da terra
despertam
madressilvas
que pintam
o coração
dos lábios
de multicolores
aromas

V. Solteiro, 27.07.07

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