Fotografia de V. Solteiro, Área de Paisagem Protegida de Bertiandos, Ponte de Lima, Dezembro de 2007
A nossa unidade...
que não nos juntaremos lá no alto.
Creio
que nada nos espera debaixo da terra,
mas vamos juntos
sobre a terra.
A nossa unidade está sobre a terra."
Excerto da I parte - Só o Homem - de um poema de Pablo Neruda intitulado "As uvas da Europa", in "As uvas e o vento", edição Campo das Letras
"The Earth Promissed", fotografia de Gennadi Jurshevic, in http://www.photoforum.ru/
O espelho das águas...(I)
Ver e entender...
"(...) Não entendo as coisas, mas penso muito. O meu pensamento fundamental é não entender as coisas. Agora temos mais bagagem somada de conhecimentos, mas também somos mais exigentes nas respostas. Sabemos ver, mas não sabemos entender. Não compreendemos nada e cada vez é maior a dúvida de todas as coisas (...)."
Fernando Lanhas, arquitecto e artista plástico, in "O que a vida me ensinou"
"Usual Thing", fotografia de A, in http://www.photoforum.ru/
Essa menina...
"Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA..."
"Esperança", poema de Mário Quintana
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_quintana
Poema gentilmente enviado por Hanah - http://alfazenite.blogspot.com/
"Girl", fotografia de Victoria, in http://www.photoforum.ru/
Animal irracional
"Imaginar o homem como um ser pacífico é completamente impossível. O homem é o único animal que tortura os seus semelhantes, razão pela qual não merecemos muito respeito como espécie."
José Saramago, in Agência Efe, Dezembro 2006
Via http://www.ondas3.blogs.sapo.pt/
http://www.20minutos.es/noticia/185438/0/saramago/navidad/consumista/
"The Cruelty of War", fotografia de ProV, in http://www.photoforum.ru/
Pulsação cortada...
"(...) Quando alguém um dia reconstituir as origens da solidão humana, irá descobri-las na perda de intimidade com a terra, nos muitos cortes que nos afastaram da Terra física. Já não passeamos pelo campo. E mesmo quando o fazemos, fazemo-lo demasiadamente depressa para absorver o que vemos e ouvimos. Se algum membro do grupo se demora e fica para trás, aproveitando o tempo, logo se diz que 'está a atrasar toda a gente.' Penso frequentemente neste tipo de afastamento do mundo físico, porque, regra geral, os seres humanos parecem ansiar por um lugar específico, por determinado enquadramento geográfico que lhes uma sensação de bem estar (...)."
Barry Lopez, in "National Geographic", edição portuguesa, Dezembro 2007, num ensaio intitulado "Terras do Gelo"
"Winter Solitude", fotografia de Tommy Brison, in http://www.photoforum.ru/
Barry Lopez, in "National Geographic", edição portuguesa, Dezembro 2007, num ensaio intitulado "Terras do Gelo"
"Winter Solitude", fotografia de Tommy Brison, in http://www.photoforum.ru/
Pouca Terra, muita ganância!
"(...) O agravamento das secas e da carência de água, o declínio da agricultura e o avanço dos desertos, os fenómenos meteorológicos extremos, tudo isso pode complicar mais a vida, já tão precária de tantos povos. Questão de injustiça, esses povos são os que menos poluem e menos recursos naturais gastam! (...)."
Bernardino Guimarães, in Jornal de Notícias, edição de 25.12.07
http://jn.sapo.pt/2007/12/25/porto/espirito_natal.html
Bernardino Guimarães, in Jornal de Notícias, edição de 25.12.07
http://jn.sapo.pt/2007/12/25/porto/espirito_natal.html
Ilustração retirada daqui: www.unicrio.org.br/
Sem excepção não há regra(s)...
"Faz parte da regra querer a morte da excepção."
Jean Luc-Godard, cineasta
Jean Luc-Godard, cineasta
Imagem retirada daqui: http://www.unesco.org.br/unesco/
A cor da terra (IV) *
* Ou uma outra forma de desejar-vos um
Natal multicolor de Paz, Amor, Saúde, Afecto e Esperança
A alma do mundo...
"Somos nós que alimentamos a alma do mundo, e a terra onde vivemos será tanto melhor ou pior, quanto nós formos melhores ou piores. Aí é que entra a força do amor, porque quando amamos, sempre desejamos ser melhores do que somos. (...) Quando procuramos ser melhores do que somos, tudo à nossa volta se torna melhor também. (...) O amor é a força que transforma e melhora a alma do mundo."
Paulo Coelho, in “O Alquimista”
"The world, having refracted in strict sides", de Serge Olakizab, in http://www.photoforum.ru/
Ninguém conta a história...
"Nasceu.
Foi numa cama de folhelho
entre lençóis de estopa suja
num pardieiro velho.
Trinta horas depois a mãe pegou na enxada
e foi roçar nas bordas dos caminhos
manadas de ervas
para a ovelha triste.
E a criança ficou no pardieiro
só com o fumo negro das paredes
e o crepitar do fogo,
enroscada num cesto vindimeiro,
que não havia berço
naquela casa.
E ninguém conta a história do menino
que não teve
nem magos a adorá-lo,
nem vacas a aquecê-lo,
mas que há-de ter
muitos Reis da Judeia a persegui-lo;
que não terá coroas de espinhos
mas coroa de baionetas
postas até ao fundo
do seu corpo.
Ninguém há-de contar a história do menino.
Ninguém lhe vai chamar o Salvador do Mundo."
"Natal", poema de Álvaro Feijó, in "Os Poemas"
"In the fir's lap...", fotografia de Petri Volanen, in http://www.photoforum.ru/
Árvores vestidas de flores...
"Olho novamente a espantosa mutação da natureza, as tais árvores vestidas de flores e de sol, e penso que a felicidade pode estar afinal no reencontro com aquelas pessoas tão raras de quem o Hemingway dizia: ’Tão boas que parecem a primavera’."
Fernando Paulouro das Neves, in "Jornal do Fundão"
"Spring", fotografia de Max Khokhlov, in http://www.photoforum.ru/
Da filosofia do natal e outros sais...
Cúmplices
de densos
e opacos
silêncios
os comensais
globais
pródigos
filhos
de neo
evangelismos
e outros
paroxismos
abriram a época
da caça
ao natal
com um ritual
de louvor
á estultícia
Paulatina
mente
como quem
sente
dentro de si
o insondável
mistério
do despautério
os sacrossantos
representantes
dos altares
capitais
e beligerantes
irmandades
não descartam
os seus natais
ufanantes
Travestidos
a rigor
eles tudo fazem
por amor
á sua algibeira
Dedos pejados
de gordurosos
anéis
os imortais
comensais
pregam
os salmos
aos infiéis
que ousam
denegrir
os seus
magnos
papéis
Papa-léguas
de extenuantes
ramificações
eles exortam
a caridade
com a mesma
leveza
com que
bombardeiam
os corações
Frugais
como leões
em circo
romano
eles sonegam
o pão
e correm
o pano
sobre a miséria
Com um
desprendimento
ascético
eles abrem a boca
com o seu inefável
sorriso
eléctrico
Arautos
de sofisticadas
tecnologias
os comensais
tribais
não escondem
a azia
que lhes causa
essa gentalha
que desconhece
o valor da filosofia
V. Solteiro, 19.12.07
Temp(l)o de alvorada...
Silhueta
apoiada
sobre a laje
numa curvatura
debruada
a quartzo
dedilhas
as cordas
da alvorada
na frieza
do granito
Com dedos
lânguidos
e pupilas
cintilantes
acendes
o temor
do orvalho
Com mãos
de harpa
talhas
o templo
e o tempo
na oscilação
dos lábios
V. Solteiro, 17.12.07
"Harp", fotografia de Teresa Rosa, in http://www.photoforum.ru/
As mãos das palavras...
"As palavras, quando usadas, servem-nos de mãos, mãos de mil dedos invisíveis, que enredam as coisas e de algum modo as manejam. Quando são elas, vivas, a usar-nos, não há fora delas, quaisquer coisas situadas ou a situar: a fala e o mundo consubstanciam-se em um mundo só, e parece que renascemos."
Óscar Lopes, professor universitário e historiador
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93scar_Lopes
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93scar_Lopes
"Hands", fotografia de George Korablin, in http://www.photoforum.ru/
Trémula geografia...
Labiríntica
textura
estampada
sobre a
geografia
da pele
o firme
tronco
do plátano
é a casa
onde o tempo
esboça
o seu perfil
Livro
desfolhado
pelos dedos
do vento
a sua epiderme
serve de abrigo
aos trémulos
raios de sol
que se desprendem
da folhagem
Poema e fotografias de V. Solteiro,
Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos,
S. Pedro de Arcos, Ponte de Lima, 15.12.07
Desfolhando relâmpagos...
"A exaltação do mínimo,
e o magnífico relâmpago
do acontecimento mestre
restituem-me a forma
o meu resplendor.
Um diminuto berço me recolhe
onda a palavra se elide
na matéria - na metáfora -
necessária, e leve, a cada um
onde se ecoa e resvala.
A magnólia,
o som que se desenvolve nela
quando pronunciada,
é um exaltado aroma
perdido na tempestade,
um mínimo ente magnífico
desfolhando relâmpagos
sobre mim."
"Magnólia", poema de Luiza Neto Jorge, Lisboa, 1939-1989
"After a thunder storm", fotografia de Yuri All, in http://www.photoforum.ru/
Ao redor...
"(...) O mundo é belo, de muitas maneiras incomensuráveis. Na nossa pressa, contudo, escapa-nos frequentemente aquilo que de belo existe em redor, da mesma maneira que, de vez em quando, nos esquecemos do significado que queremos dar ás nossas vidas. Para sobrevivermos no mundo moderno, muitos de nós despregamo-nos relutantemente do estímulo constante. Muitos de nós preferem um desprendimento indiferente face ao estímulo constante. Chegamos ao ponto de olhar com indiferença a beleza, como se ela fosse mais uma coisa da qual já estamos fartos (...)."
Barry Lopez, in "National Geographic", edição portuguesa, Dezembro 2007, num ensaio intitulado "Terras do Gelo"
"Polar Night", fotografia de Grigory Ivaschenko, in http://www.photoforum.ru/
Além de si próprio...
"A diferença entre o alto e o baixo, o céu e a terra, a superfície e o fundo, o igual e o diverso, é imperceptível para quem não sabe o que está além de si próprio. O mundo, que muda a cada instante, não é mais do que um lago se o coração não se apercebe de certas variações."
Eduardo Mendonza, escritor espanhol
http://es.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Mendoza
"The light of a Faraway star", fotografia de Alexey Ponomarev, in http://www.photoforum.ru/
Natureza interior...
"É preciso ir ao encontro da verdadeira natureza do homem. É a grande aventura da consciência. Enquanto não for feita esta descoberta interior, o exterior pode ajudar, pode socorrer e aliviar, mas não vai fazer mais do que isso. A ansiedade do homem vai continuar por resolver."
António Alçada Baptista, in "O Riso de Deus"
"A bonsai owned by nature", fotografia de Sibao Fu, in http://www.photoforum.ru/
As máscaras da política...
"A política sem embustes, ocupada nos caminhos concretos de uma paz viva, fundada na busca da justiça e na gestão democrática dos conflitos, é ainda uma prática muito rara."
Frei Bento Domingues, in "Público"
Frei Bento Domingues, in "Público"
"Mask", fotografia de Tanja Rollband, in http://www.photoforum.ru/
O alfabeto do longe...
"da terra vou sabendo o nome inteiro
dos ritos que antecedem a colheita.
podar os ventos, recolher as chuvas,
armazenar as maduras cerejas do granizo.
com as névoas recubro a mancha verde
das oliveiras do pátio.
os tordos retornaram.
catam o vento,
talvez de seu exílio falem,
pelo alfabeto dos longes se relêem.
entre o desejo e a sombra se confundem.
lavrador de silêncios
o coração hesita.
outra colheita o demanda;
pega a terra, nela lança
a úbere semente de mais naves.
pacientemente, sei, esperará
que o tempo recolha em seu celeiro
o fruto mais maduro que lhe couber.
do trigo lembro o verde. o ouro depois.
a emoção compondo o linho sobre a mesa.
solidários, os gestos se repartem.
à cabeceira, tu.
ao centro o pão mais alvo, o vinho.
há palavras que sobre as coisas pairam,
as possuem.
o grande coração da casa aí flui.
como omitir seus signos?
chove ainda. sei que os deuses
virão pelo crepúsculo retomar
as cordas de suas brancas liras d' água alada.
pelo pinhal caminham;
ouve como o vento calou os seus murmúrios.
atendo a seus segredos,
em seus vasos lunares procuro ainda
o grão de areia que diga dos teus passos.
enternecidamente o tomo.
sobre a palma avalio seu peso,
pergunto que caminhos
apontam suas luzes.
tão frágil a distância entre o que ouso
e a clareira de névoa do que sinto!
diz-me tão-só se com os deuses vens;
se a lira que aqui ouço é a resposta
que o coração, atento,
me requer.
precisava uma palavra que contasse
a estranha solidez da esperança.
ou um sentido apenas,
preservado em seu temor mais fundo,
em seu calado embuste.
não tenho. ao corpo cabe sempre
um elo mais que a ilusão prolonga.
por quem vem vou sabendo doutras naves
que ao pensamento aportam
e a territórios mais virgens se abalançam.
contar-te-ei, depois, se tempo houver,
em que floresta ou rio se acendem já
as fogueiras mais rubras das palavras.
preencho a solidão de tua adaga.
mais fundo sempre, o coração o pede.
a cicatriz se fende, o golpe busca.
se ouvires por ti gritar, sou eu que chamo.
diz aos deuses que morro ou que renasço."
"Nona Carta Para Um Deus Ausente", poema de Hugos Santos, Campo Maior, 1939
"Bird in cloud", fotografia de Ola Albert Bjerrang, in http://www.photoforum.ru/
Rosas juncando o céu...
"Floriram por engano as rosas bravas
No inverno:veio o vento desfolhá-las...
Em que cismas, meu bem? Porque me calas
As vozes com que há pouco me enganavas?
Castelos doidos! Tão cedo saístes!...
Onde vamos, alheio o pensamento,
De mãos dadas? Teus olhos, que um momento
Prescrutaram nos meus, como vão tristes!
E sobre nós cai nupcial a neve,
Surda, em triunfo, pétalas, de leve
Juncando o chão, na acrópole de gelos...
Em redor do teu vulto é como um véu!
Quem as esparze - quanta flor -, do céu,
Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos?"
"Floriram por engano as rosas bravas", poema de Camilo Pessanha, Coimbra, 1867-1926
"Wild Roses", fotografia de Ainars Brencis, in http://www.photoforum.ru/
Sementes de fogo...
Da terra-chã
que o rio
um dia
purificou
lanças
as sementes
do fogo
É desse raso
chão
ístmo de
despojos
que brotam
lírios
perfumados
pelo delta
do pensamento
V. Solteiro, 06.12.07
"Lírio", fotografia de Morais de Castro, in http://www.photoforum.ru/
A voz dos pássaros...
Na orla do lago
foi descoberto
o corpo
de um pássaro
ferido nas asas
pelo chumbo
da solidão
A sua densa
penugem
não revelava
vestígios
de sangue
Apenas a sua ténue voz
era indício
de que era já remoto
o sopro do coração
V. Solteiro, 04.12.07
"Bird", fotografia de Monq, in http://www.photoforum.ru/
A vida é a compreensão da morte?...
"O problema da vida e da morte é essencial para a compreensão de tudo o que nos rodeia. A morte é a coisa mais natural da vida, o bem mais precioso."
Victor Cunha Rego, jornalista
"Death (life of a grass)", fotografia de Balaganov SHura, in http://www.photoforum.ru/
O abecedário da sombra...
O escuro
é uma chama
que atiça
o lume
no seio
do vocábulo
As suas
mãos
abecedário
de labaredas
queimam
a própria
sombra
V. Solteiro, 03.12.07
"Shadows in the water", fotografia de Mdscar, in http://www.photofrum.ru/
O sismógrafo da alma...
"(...) A este adolescente, por exemplo, ninguém lhe perguntou que tal se sentia de humor e que interessantes vibrações lhe estava registando o sismógrafo da alma quando, ainda noite, numa madrugada inesquecível, ao sair da cavalariça onde entre cavalos havia dormido, foi tocado na fronte, na cara, em todo o corpo, e em algo para além do corpo, pela alvura da mais resplandecente das luas que alguma vez olhos humanos terão visto (...)."
José Saramago, in "As Pequenas Memórias"
Fotografia de Rainer Ehlert, intitulada "Moon", in http://www.photoforum.ru/
As nossas atitudes contam...
A casa...
Pungente
é a morada
que ofereces
com as mãos
coroadas
de flores
Ei-la
alva
e pura
janela
aberta
sobre
os astros
e a cal
a casa
que te viu
nascer
V. Solteiro, 30.11.07
"Flowery window", fotografia de Cátia Granadeiro, in http://www.photoforum.ru/
Papoila
Sobe
o sangue
à face
da papoila
quando
se embala
e enamora
pelo vento
numa ondulação
plana
O seu rubor
tinge a seara
de cores
rubras
e maduras
V. Solteiro, 29.11.07
Este poemeto floriu a partir da visualização do post do blog de Mïr - http://aluzdovoo.blogspot.com/
- intitulado "Arte em Imagem (VIII)".
Fotografia retirada daqui: http://alfarrabio.di.uminho.pt/
O cheiro das dálias...
Artífices
do magma
da noite
escavamos
os túneis
do efémero
com a ânsia
do usurpador
Argila
debruada
de bruma
e alento
cavamos
as galerias
da sombra
com a argúcia
do especulador
Fugaz
relâmpago
exploramos
o ventre
da esfera
olvidando
aquilo
que nos une
- o cheiro
das dálias
V. Solteiro, 28.11.07
Fotografia retirada daqui: http://www.jardimdeflores.com.br/
O clamor das águas...
"A água entra no corpo e varre tudo,
limpa tudo,
atravessa-nos e torna-nos água.
onde está?
por onde entrou?
onde vive?
de que é feita?
não importa...desde que a água se respire do cheiro...
desde que as margens não a parem,
desde que os mantos não a cubram...
será água, límpida, porque corre dentro de nós, e desaparece no rio dos olhos, quando a pele
não tem paredes para segurar."
Poema de Dalaila - http://farolnoventodonorte.blogspot.com/ - publicado na caixa de comentários do post "Líquida menina".
Fotografia de Vítor Dias, intitulada "Water", in http://www.photoforum.ru/
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