Mobilizava-a a possibilidade de articulação
de um dialecto de afectos:
instilar na boca dos homens
o perfume das magnólias.
Esse era o botão que a impelia a desabrochar
do chão estéril de pétalas em que se movia.
Pouco a importunava que na rua ou nos
estabelecimentos a apontassem a dedo
e a apodassem de lunática.
Todo o seu labor era devotado ao gérmen da língua
a lançar na terra as sementes dos astros
e com a sua floração despoletar
a revolução dos sentidos.
Texto e fotografia
de V. Solteiro
de V. Solteiro