Uma gaivota
lunática
risca o céu
à procura
do seu norte
Paciente
um lobo
sonda a noite
com olhos
de menino
Uma melodia
de Verdi
refulge
nos ramos
da pauta
com o impulso
do vento
Como viandante
indocumentada
ela busca o silêncio
que ilumina a deriva
Um estranho
corpo
reclina-se
sobre os muros
do quotidiano
As sombras
erguem brumas
que navegam
o pensamento
V.Solteiro, 21.07.07
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