De ilha em ilha, à procura de mim...

"Precisava de transmitir a solidão. Confiá-la a outro. Não romper o aro que os homens iam formando de ilha em ilha na multidão em redor da terra. Mas entregá-la a quem?"

José Gomes Ferreira, poeta
Fotografia de Sissi, intitulada "Sonhando...", disponível em http://www.olhares.com/

15 comentários:

Priscila Lopes disse...

O final está genialmente arquitetado, um primor de poema (palavras que exalam um talento educado). Meu parabéns pelo blog. Aguardo sua visita, um dia, ao blog que estou iniciando com a amiga Aline Gallina, para além das palavras, tecermos críticas a eles, a vocês, a nós mesmas. LiterATURA?

LNM disse...

Continuo a lê-lo...
Mas tenho saudades de o ver...
Um abraço
Luís

lupuscanissignatus disse...

Olá Pri Lopes!

Bem vinda a este desenho de palavras...

José Gomes Ferreira é um dos meus poetas predilectos.

Ele afaga as palavras com um carinho e ternura pueris...

lupuscanissignatus disse...

Olá Luís!

Seja bem-vindo a esta sua casa...

Também continuo a lê-lo com regularidade. Se mais razões não houvesse, porque a sua escrita vive ancorada a este porto de nuvens e neblina chamado Portugal e porque tresanda sentimento por cada poro...

Se mais razões não houvesse...

Abraço,
Vítor

M.A. disse...

é de uma beleza tão rara , que não sei se me dói se me dá alegria...

as lágrimas aqui vestem um manto rubi da realeza e a respiração dasdálias...têm o calor das tochas e o perfume do silêncio...

***maat

Vladimir disse...

tremendamente belo....a solidão não deve ser passada a ninguém, deve desaparecer "per se"...

Dalaila disse...

yA nossa solidão, é nossa e de mais ninguém, e quando se passa a outro, não se passa mesmo, oferece-se, mas com sabor a volta, porque volta sempre, quando ela não é entregue às nuvens, aos cantos, às manhãs às noites.

E invés da solidão, entreguemo-nos nós a nós, a alguém... entreguemos tudo, até a solidão sempre a nós e depois a alguém....

Aqui deixo um excerto pequeno do António Gedeão:

Mas este íntimo secreto
que no silêncio concreto,
este oferecer-se de dentro
num esgotamento completo,
este ser-se sem disfarçe,
virgem de mal e de bem,
este dar-se, este entregar-se,
descobrir-se, e desflorar-se,
é nosso de mais ninguém.


Beijo, nunca só.

vieira calado disse...

Pois o Gomes Ferreira (que eu conheci) também aqui, como eu no poema que v/c comentou, faz de marinheiro.
O mar dá sempre para tudo e por ele se navega muito para além dos continentes e ilhas: para o infinito.
Um abraço.

lupuscanissignatus disse...

Olá Maat!

A linha que separa a alegria da tristeza é assim mesmo, ténue e, por vezes, imperceptível...

É essa a raiz da nossa fragilidade...

lupuscanissignatus disse...

Olá Vladimir!

Obrigado pela visita. E pelo comentário.

José Gomes Ferreira é uma daquelas figuras em que o homem nunca se desligou do poeta nem do escritor. Ao invés, tudo nele é simples e humano. Como é a beleza. Como é a solidão.

As portas estão abertas. Volte sempre que quiser...

lupuscanissignatus disse...

Olá Dalaila!

A solidão é uma das piores doenças destes tempos ditos pós-modernos. Podemos sentir sós no meio de uma ululante multidão; e, paradoxalmente, não temos tempo para estarmos sós, a sós com os nossos pensamentos e reflexões.

"Ser sem disfarce" é um bom desígnio, sem dúvida...

lupuscanissignatus disse...

Olá Vieira!

O mar é um amigo e confidente por onde se navega sem vela nem rumo definido; à bolina...

José Gomes Ferreira é um desses marinheiros onde aporto com frequência; o sal das suas palavras faz-nos sentir vivos...

Abraço.

Meg disse...

Mais uma incondicional de José Gomes Ferreira.
Continua presente em cada uma das palavras que nos deixou.
Quantas vezes lidas aí junto ao mar, esse mar que conheço de cor, de tanto o contemplar.

Um abraço

lupuscanissignatus disse...

Olá Meg!

Seja bem-vinda...

Ainda bem que pululam por aí muitos incondicionais de José Gomes Ferreira, poeta marinho e solar...

Que a sua poesia seja intemporal como a maresia...

Abraço.

a ALMA das IMAGENS disse...

Maravilhosa!!!
Obrigado pela preferência.
Abraço de alma.
Sissi