Os degraus do Ser



A arquitectura
das asas
são casas
erguidas
aos braços
do sol

É nas articulações
desse voo
que se estrutura
o corpo dos pássaros

É na morfologia
rugosa da terra
que se aglomera
a perenidade
dos actos humanos

São ténues
as membranas
que interpenetram
esses dois espaços
entre jogos de
luz e sombra

É nos alicerces
dessa construção
indefinida
e inacabada
que se deposita
a argamassa
do futuro

E se solidificam
com fibra e cal
os degraus
do Ser


V. Solteiro, 16.09.07


4 comentários:

Dalaila disse...

As construções que se desenham, ao sabor de um voo alicerçam para um céu de asas, a arquitectura dos espaços voantes fazem-nos abrir os braços ao tempo que deixam entrar o sol da vida.

Bom início de semana!

lupuscanissignatus disse...

Dalaila,

Estes são os alicerces dos afectos...

Obrigado pelo bonito comentário.

Semana construtiva :)

Maria Azenha disse...

"São ténues
as membranas
que interpenetram
esses dois espaços
entre jogos de
luz e sombra"... que leveza de Ser!


Ser ave e voar ...por toda a parte...

***maat
P.S. Esta música do blog é belíssima. Extasia-me. Obrigada pela escolha.

lupuscanissignatus disse...

Olá Maat!

Obrigado pelo voo das palavras.

Quanto á música, se há alguém a quem temos que agradecer é á Mir. Foi ela que me deu a conhcer este excelente intérprete.

Semana esvoaçante de cores e claves :)