"'Com o suor do teu rosto ganharás o teu pão', escreveram no teu berço.
Dormiste, respiraste e, um dia,
escarneceram do suor do teu rosto.
É hoje, quando tu, filho de Europa,
expulso da seara do teu trigo,
em todos os muros vês escrito
que o suor é vão, e o teu rosto negado."
Dormiste, respiraste e, um dia,
escarneceram do suor do teu rosto.
É hoje, quando tu, filho de Europa,
expulso da seara do teu trigo,
em todos os muros vês escrito
que o suor é vão, e o teu rosto negado."
Poema sem título, de Fiama Hasse Pais Brandão, in "Cenas Vivas"; Relógio d' Água, 2000
4 comentários:
Muito boa também esta selecção.
já aqui vim ler este poema várias vezes. fico nele, como que suspensa por uma teia.
poema que gostava de ter escrito,estamos nele irremediavelmente.
Belíssimo.
***maat
Olá Mir!
Não somos um país de poetas nem de poetisas. Somos um país de magníficos(as) operários(as) da linguagem e do pensamento - muitos deles, injustamente esquecidos no limbo...
Limito-me a colar na tela virtual o que outros tão bem souberam urdir...
Olá Maat!
Fiama é um fio de delicadeza - e de combate.
Este poema é de um poder transformador intenso. É impossível ficar-lhe indiferente...
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