Ao fundo
naquela nesga de terra
a arder de oiro e trigo
os montes são ondas
a espraiar-se
pelo areal do teu peito
É nesse torrão povoado
de sobro zimbro e azinho
que as espigas
desfraldam
as suas velas ao vento
É nesse cadinho semeado
pela alvura do adobe e da cal
que a cigarra e a abetarda
lavram as suas coordenadas
Além-Tejo
É esta a geo-grafia
do cante
V. Solteiro, 19.09.07
"Alentejo", Foto de António Vieira disponível aqui: http://www.photoforum.ru/
6 comentários:
Lindo e profundo....
beijo
Olá Hanah!
Obrigado.
Beijo
Belíssimo poema, alèm-Tejo, terra cheia de misterio e beleza. Obrigada Lupussignatus pela sua simpatica visita e pelo seu comentario no meu blog. Um grande abraço
Olá Luís Enrique!
Visitar o seu blog, amigo, é um prazer. A sua escolha musical - e não só - combina muito bem com o meu gosto...
O Além-Tejo e o sul, em geral, são domínios onde a luz dita as suas leis...
É um território que me é muito querido, apesar de viver no norte de Portugal...
Um grande abraço atlântico
Eu adoro o além Tejo, deitava-me na terra de oiro comia o trigo, e sentia o aroma das dunas onde as cigarras melodiam.
que bem descrito!!!
Olá Dalaila!
Os cheiros e os aromas do Alentejo são únicos. O nosso olhar compraz-se num deleite de prazer...
Obrigado. Carpe Diem
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