"o tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias,
como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo,
mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer.
eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar,
que eu amava quando imaginava que amava. era a tua
a tua voz que dizia as palavras da vida. era o teu rosto.
era a tua pele. antes de te conhecer, existias nas árvores
e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde.
muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade."
"O tempo, subitamente solto", poema de José Luís Peixoto
Fotografia de Makarov Igor, denominada "Silhouette" - http://www.photoforum.ru/
4 comentários:
...sim, porque tudo é antes de o encontrarmos...buscamos o que já sabemos... e o que sabemos , não sabemos se o não partilharmos com o Outro, em sentido lato...
***
faz-me recordar Neruda, mesmo assim...
***
O "ouro" busca a " prata" ,como o Sol dança com a Lua , para poderem "ver" a Luz...
***maat
E de repente tu vieste...
Esse era o tempo,
aquele que nos cabe...
era o tempo que o mar existia,
que o vento corria,
que o sol escaldava a pela
e nos esculpia no tempo,
era o tempo que as palavras eram as nossas,
eram as nossas vozes que as soletravam nos olhos,
nesses olhos da manhã cravados
no leito,
era o tempo que eu me soltava nas ruas e quem lá estava eras tu...
ainda mesmo sem te ver,
sem te sentir...
mas já te conhecia, porque dentro de mim eras tu que gritavas no calor da noite.
:)
Olá Maat!
Como a nascente busca a foz...
Como o ocaso demanda a madrugada...
Delta de correntes sem fim...
Obrigado. Bom fim de semana.
Olá Dalaila!
Magnífico poema! Cheio de cor, ritmo, calor, energia, sensualidade...
Sinto-me um sortudo por ter pessoas como tu a ler e a comentar no blog.
Obrigado. Bom fim de semana.
Enviar um comentário