"Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
-Temos um talento doloroso e obscuro.
Construímos um lugar de silêncio.
De paixão."
"Aos amigos", poema de Herberto Helder
retirado de http://www.astormentas.com/
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
-Temos um talento doloroso e obscuro.
Construímos um lugar de silêncio.
De paixão."
"Aos amigos", poema de Herberto Helder
retirado de http://www.astormentas.com/
6 comentários:
deixo-te este belo poema de Nicanor Parra (Chile,n.1914)
MUDANÇAS DE NOME
Aos amantes das belas letras
Faço chegar os meus melhores desejos
Vou mudar o nome de algumas coisas.
A minha posição é esta:
O poeta não cumpre a sua palavra
Se não muda o nome das coisas.
Com que razão o sol
Há-de continuar a chamar-se sol?
Peço que se lhe chame Micifuz
O das botas de quarenta léguas!
Os meus sapatos parecem ataúdes?
Saibam que de hoje em diante
Os sapatos chamam-se ataúdes.
Comunique-se, anote-se e publique-se
Que os sapatos mudaram de nome:
A partir de agora chamam-se ataúdes.
Bom, a noite é larga
Todo o poeta que se estime a si mesmo
Deve ter o seu próprio dicionário
E antes que me esqueça
Ao próprio deus há que mudar-lhe o nome
Que cada qual o chame como quiser:
Esse é um problema pessoal.
***maat
Ama-se oa amigos com a capacidade de um abraço, ama-se os amigos no silêncio, nas letras, na palvra e no olhar.
Ama-se os amigos pelas partilhas,
pelo sorriso,
porque existem,
ama-se oa amigos porque os queremos,
viajam sempre conosco, mesmo os que por alguma razão não estão...
Seja onde, como e por onde for, há amigos que amo, para todo o meu sempre, e é deles que me lembro quando escrevo estas palavras, e de ti, já um amigo, porque partilhas estes momentos comigo.
:)
Obrigado, Maat.
Esta poesia é um diamante em bruto!
Qual mineiro dançarino das trevas, o poeta esgravata o subsolo da palavra à procura dos minerais que nela vivem incrustados...
Cristal de quartzo: assim refulge o nome da poesia...:)
Amiga Dalaila:
é na casa do silêncio que se erguem as múltiplas faces do amor. Abrir a porta e as janelas para que ele possa partir e chegar quando lhe aprouver e para que outros possam reconhecê-lo e compartilhá-lo é uma aprendizagem contínua e infindável...
Existir é tudo isso que tão bem disseste e tudo o resto que não se vê, mas sente-se...
Obrigado pela partilha e pela amizade.
O Silencio sempre tan presente e tan requerido...
Unha aperta.
:)
Olá Marinha!
Bem-vinda a este arquitectar...
O silêncio é semente para o pensamento...
Abraço
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