Pedra a pedra
Os amantes
desvendam
na respiração
do corpo
todas as
nascentes
São deles
as chaves
de todas
as casas
São deles
as claves
de todas
as asas
Tijolo a tijolo
Eles alinham
a nudez
pelo fio
de prumo
do estio
Passo a passo
Eles cavam
na terra argilosa
os alicerces
da música
do fogo
Laje a laje
Como se o tempo
tivesse sido
condensado
numa argamassa
de sangue e suor
V. Solteiro, 26.09.07
Derivação em tom menor do fabuloso poema de Joaquim Pessoa, inserto no blog de Dalaila (post de dia 26.09.07), http://www.farolnoventodonorte.blogspot.com/
Fotografia de Greg Summers intitulada "Lovers": www.photoforum.ru
4 comentários:
Magnífico!!!!
Assim é a arquitectura dos amantes.
Oa amantes respiram o corpo,
e sabe a sal
e sabe a mar
e sabe a chocolate,
e sabe a aves soltas
e sabe a girassóis ondulantes
e sabe a chuva de sensações.
Esta casa que descreves quero viver nela!
Adorei a tua escrita, arrancaste o melhor que o poema do JP podia transmitir.
:)beijo
Maravilhoso.s.
claros...simples... puros...vivos
Olá Dalaila!
Ainda bem que gostastes...
É uma casa pequenina e simples - quando comparada com a do grande poeta Joaquim Pessoa - mas não deixa de ser o lar dos amantes...:)
Obrigado.
Beijo.
Olá Hanah!
Assim mesmo são os amantes. Os do corpo e os das letras... :)
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