"Uma lua no céu apareceu
Cheia e branca; foi quando, emocionada
A mulher a meu lado estremeceu
E se entregou sem que eu dissesse nada.
Larguei-as pela jovem madrugada
Ambas cheias e brancas e sem véu
Perdida uma, a outra abandonada
Uma nua na terra, outra no céu.
Mas não partira delas; a mais louca
Apaixonou-me o pensamento; dei-o
Feliz - eu de amor pouco e vida pouca
Mas que tinha deixado em meu enleio
Um sorriso de carne em sua boca
Uma gota de leite no seu seio."
"Soneto de Despedida", de Vinicius de Moraes, escrito no Rio de Janeiro, 1940, editado no "Livro de Sonetos" pela Companhia das Letras, 1991
Cheia e branca; foi quando, emocionada
A mulher a meu lado estremeceu
E se entregou sem que eu dissesse nada.
Larguei-as pela jovem madrugada
Ambas cheias e brancas e sem véu
Perdida uma, a outra abandonada
Uma nua na terra, outra no céu.
Mas não partira delas; a mais louca
Apaixonou-me o pensamento; dei-o
Feliz - eu de amor pouco e vida pouca
Mas que tinha deixado em meu enleio
Um sorriso de carne em sua boca
Uma gota de leite no seu seio."
"Soneto de Despedida", de Vinicius de Moraes, escrito no Rio de Janeiro, 1940, editado no "Livro de Sonetos" pela Companhia das Letras, 1991
3 comentários:
Não consigo comentar!!! As palavras faltam-me...
Lindo :)
Não tem importância, Dalaila.
Vinicius tem esse dom: enleia-nos com o seu perfume de palavras...
Sou persistente, mesmo quando fico sem teclas...
Uma lua se derreteu perante este soneto.
entra nas mãos, fecho-a, a carne vira lua, e tudo o que partira vai pela madrugada comigo onde a lua se reflecte...
...e essa lua sou eu...
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