"Tudo se privatiza, como quer o neoliberalismo. A escola também. A família já não actua. Não há uma protecção estatal, como as nossas democracias a conceberam nos finais do século XIX, como garantia, e tudo é deixado à iniciativa privada de um cidadão qualquer. Qual o interesse do cidadão qualquer que quer pôr a funcionar uma televisão? Fazer dinheiro. Não educar o povo de Trás-os-Montes (...) . Recuso-me a pensar no desaparecimento total do Estado, em favor da iniciativa privada. Seria o desastre. Viu-se, até numa democracia muito forte, como a dos EUA: vem o furacão 'Katrina' sobre Nova orleães e o Estado não está lá. O 'Katrina' é, nesse plano, quase uma metáfora."
António Tabucchi, in jornal Público, suplemento Mil Folhas, in 22.04.06, a propósito do seu novo livro, "Tristano Morre", Editora Dom Quixote
António Tabucchi, in jornal Público, suplemento Mil Folhas, in 22.04.06, a propósito do seu novo livro, "Tristano Morre", Editora Dom Quixote
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