"Perfilados de medo, agradecemos
o medo que nos salva da loucura.
Decisão e coragem valem menos
e a vida sem viver é mais segura.
Aventureiros já sem aventura,
perfilados de medo combatemos
irónicos fantasmas à procura
do que não fomos, do que não seremos.
Perfilados de medo, sem mais voz,
o coração nos dentes oprimido,
os loucos, os fantasmas somos nós.
Rebanho pelo medo perseguido,
já vivemos tão juntos e tão sós
que da vida perdemos o sentido..."
"Perfilados de medo", poema de Alexandre O' Neill, Lisboa, 1924-1986
o medo que nos salva da loucura.
Decisão e coragem valem menos
e a vida sem viver é mais segura.
Aventureiros já sem aventura,
perfilados de medo combatemos
irónicos fantasmas à procura
do que não fomos, do que não seremos.
Perfilados de medo, sem mais voz,
o coração nos dentes oprimido,
os loucos, os fantasmas somos nós.
Rebanho pelo medo perseguido,
já vivemos tão juntos e tão sós
que da vida perdemos o sentido..."
"Perfilados de medo", poema de Alexandre O' Neill, Lisboa, 1924-1986
Fotografia do realizador iraniano Abbas Kiarostami retirada daqui:
2 comentários:
Para quê agradecer de não viver!!!
É sempre bom sentir Alexandre O' Neil.:)
Alexandre O' Neill é um mago das palavras.
Usa-as com um requinte, finura e argúcia fora de série.
Prova disso mesmo é o facto de este poema, mesmo feito há muitos anos atrás, continuar mais actual do que nunca...
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