A formiga



"Havia uma formiga
compartilhando comigo o isolamento
e comendo juntos.

Estávamos iguais
com duas diferenças:

Não era interrogada
e por descuido podiam pisá-la.

Mas aos dois intencionalmente
podiam pôr-nos de rastos
mas não podiam
ajoelhar-nos."


"Aforismo", poema de José Craveirinha, Lourenço Marques, Maputo, 1922-2004

2 comentários:

Dalaila disse...

Esses dois seriam de facto um só... porque se fundiram na partilha.

:) bonito.

lupuscanissignatus disse...

OLá Dalaila!

Exactamente. Homem e formiga comungando do mesmo destino...

Está genial.