"Acusam-me de mágoa e desalento,
como se toda a pena dos meus versos
não fosse carne vossa, homens dispersos,
e a minha dor a tua, pensamento.
Hei-de cantar-vos a beleza um dia,
quando a luz que não nego abrir o escuro
da noite que nos cerca como um muro,
e chegares a teus reinos, alegria.
Entretanto, deixai que não me cale:
Até que o muro fenda, a treva estale,
seja a tristeza o vinho da vingança.
A minha voz de morte é a voz da luta:
se quem confia a sua dor prescruta,
maior glória tem em ter esperança."
"Acusam-me de Mágoa e Desalento", poema de Carlos de Oliveira, Belém do Pará, Brasil, 1921-1981
como se toda a pena dos meus versos
não fosse carne vossa, homens dispersos,
e a minha dor a tua, pensamento.
Hei-de cantar-vos a beleza um dia,
quando a luz que não nego abrir o escuro
da noite que nos cerca como um muro,
e chegares a teus reinos, alegria.
Entretanto, deixai que não me cale:
Até que o muro fenda, a treva estale,
seja a tristeza o vinho da vingança.
A minha voz de morte é a voz da luta:
se quem confia a sua dor prescruta,
maior glória tem em ter esperança."
"Acusam-me de Mágoa e Desalento", poema de Carlos de Oliveira, Belém do Pará, Brasil, 1921-1981
2 comentários:
Os poetas retratam muitas vezes a vida das pessoas, às vezes dá ideia que escreveu para nós em determinado momento...
E bem hajam as vozes que não se calam, e que a luta impere até à morte.
:)
Olá Dalaila!
Que vivam eternamente os homens e as mulheres que fazem do seu pensamento e da sua acção uma fonte inesgotável de esperança...
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