Os lábios
do vento
vibram
do vento
vibram
retemperadoras
sinfonias
pela
geografia
da pele
pela
geografia
da pele
Os seus
sinuosos
braços
alíseos
possuem
sinuosos
braços
alíseos
possuem
a cadência
ondulante
ondulante
do centeio
na planície
do vislumbre
Como pêndulos
os seus dedos
deambulam
pelo mapa
pelo mapa
do fogo
reverberando
silenciosas
reverberando
silenciosas
tempestades
As veias
dos caminhos
dilatam-se
dos caminhos
dilatam-se
O sal da língua
funde-se
com a terra
com a terra
numa química
indecifrável
Ao viandante
qual folha outonal
revoluteando no ar
nada mais resta
nada mais resta
do que deixar
enleiar-se pelo
doce e suave aroma
do fragor da brisa
V. Solteiro, 12.06.07
V. Solteiro, 12.06.07
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