Planície



Por mais encruzilhadas
que se nos deparem
ou subtis desvios
que nos afastem
do húmus da terra
há sempre uma papoila
no ventre da planície

que ilumina os nossos
passos


V. Solteiro, 04.04.07



* Os passos deste poema - não é o primeiro, não será o último, espero -, começaram aqui http://vivaosol.blogspot.com/ , mais concretamente, na postagem de dia 30.03.07, e na beleza indizível do poema de Sophia de Mello Breyner; acrescente-se a música, a ambiência, as imagens e as palavras içadas ao vento e ao sol por Maat, e eis como a felicidade ou o que quer que seja esta chama que nos aquece e se transfigura em palavras, pode ser alcançada em actos tão simples e em coisas aparentemente tão pequeninas.

4 comentários:

Memória transparente disse...

Belo!

Maria Azenha disse...

...as pontes que se erguem entre os seres e as estrelas são como as hastes que cantam nas planícies cobertas de papoilas... e cruzam o vento...
obrigada,
entre minhas mãos fica o azul para sempre ,


***maat

lupuscanissignatus disse...

Olá Maria!

Fico feliz por ter gostado...

lupuscanissignatus disse...

Olá Maat!

Sinto-me emocionado pelas suas doces palavras. Obrigado.

Que o canto do trigo e do centeio perdure para sempre e se confunda com a voz da terra...