Inquietação



Pressurosos
correm
pelas pregas
do litoral
indiferentes
a búzios
e anénomas
que dão á costa
dos murmúrios

Soletram
vocábulos
de medo
e inscrevem
na areia
o rosto
da solidão

De repente

estacam

absortos

siderados

pelos ecos
da maresia
e com a música
composta
pela brisa
vespertina


É com os pilritos
que divido
o sal
da inquietação


V. Solteiro, 17.04.07

2 comentários:

Maria Azenha disse...

Gosto imenso do poema, mas porque o "fracturas" na escrita?
Há alguma intenção?

Desculpa a pergunta ,talvez absurda...mas não no meu sentir.
***maat

lupuscanissignatus disse...

Olá Maat!

Há, sim. A de criar pausas, silêncios, iatos, tal como na música.

Não sei se é uma ideia feliz, útil e bonita, mas foi assim que o ouvi a fervilhar dentro do meu sangue...

Não tens nada que pedir desculpa...Perguntar não ofende!