O último voo



Exausta
e exangue
as órbitas
desalinhadas
do céu
cegas
de tanto sol
e maresia
a gaivina
descansava
nas ondulações
da areia
do seu último voo



É triste
sentir
o nosso destino
de plumas
reflectido
nas articulações
e nas membranas
de um pássaro

de sonhos

V. Solteiro, 16.04.07

2 comentários:

Maria Azenha disse...

as linhas deste último voo , escrito nestes reclinados versos,
desenham pautas...e a
música, vem depois...
E como"é triste sentir o nosso destino de plumas "... quando nos perdemos, por vezes, no pó das estradas, digo eu.

Gosto de mergulhar Aqui... e continuar a escrever o dia com a minha vida ,mesmo quando as memórias se sentam nas cadeiras...

adeus,


***maat

lupuscanissignatus disse...

Olá Maat!

O pó dos caminhos, vezes demais, não nos deixa diferenciar o que é essencial do que é acessório e dispensável...

Obrigado pelas palavras musicadas pelo vento da memória...