Desejo



Acendes a noite
do deslumbramento
com os dedos
andarilhos
deambulando
pelo corpo
de um navio

Assim vista
da amurada
os teus lábios
assemelham-se
a bússolas
descontroladas
pela fogueira
dos astros

Ainda sinto
o sal cristalino
que se soltou
da tua língua
astrolábio
encadeado
pelas ondas
do desejo

V. Solteiro, 18.04.07




2 comentários:

Maria Azenha disse...

...excelente poema que é Navegação
e ama o rosto azul do mar...


***maat

lupuscanissignatus disse...

Obrigado, Maat.

Os (des)encontros com o mar têm sempre algo de diferente. Todos os dias é - roubo o título à escritora Anne Tyler - uma "navegação celestial"...