"Secreto me acho
e secreto me sentes
quando
secreto me julgas.
Impuro me reconheço
quando
o nosso silêncio
são vozes turbas.
Dúbio é o desejo
quando
não é transparente
a água em que se deita
precavidamente.
Clandestinos somos
quando
o que somos
teme a face que pesquisa.
Os olhos são claros
quando
a superfície do espelho
é lisa."
"Clandestinidade", de Fernando Namora
2 comentários:
Conheci Fernando Namora, um Homem de silêncios e de Palavra funda.
Gosto do que dele transcreves.
Um bom dia ,
***maat
Olá Maat!
Gosto de Namora pelo seu lado profundamente sensível, humano e realista.
Pela crueza das suas palavras, que cavam fundo a tecitura de que são feitos os homens e as mulheres - principalmente, do Portugal dito profundo, que é o Portugal real.
Obrigado. Um dia feliz também para ti...
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