(Aos que amam os pássaros que se desprendem da árvore da música)
O canto
multicolor
e frenético
dos pássaros
ascende
vertiginoso
pelos tímpanos
dos plátanos
Atrevidos
os sons
alojam-se
na frondosa
ramagem
da sua copa
e aí fazem ninho
Atento
o maestro-sol
rege a sua
ornitológica
orquestra
com mão leve
e sibilina
espalhando
raízes de claves
pela textura
rugosa
da atmosfera
Afagadas pelo calor
dos seus ramos
as derradeiras
gotículas de orvalho
espreguiçam-se
Vagarosamente
descem
pela haste do dia
e espraiam-se
pelas colinas
de uma orquídea
antes de se condensarem
num último grito
de luz
V. Solteiro, 17.05.07
6 comentários:
"Aos que amam os pássaros que se desprendem da árvore da música"
Bela introdução.
Ruy Belo dizia: " conheço árvores que dão pássaros".
Tu conheces os pássaros , as árvores e o tempo dos pássaros amadurecerem em teu coração este belo poema.
Apetece-me dizer-te :
andas a ler tão belamente o Livro da Natureza , que os Sábios só revelam a quem tem respeito por Cronos e por Geia...
Comovo-me.
adeus,
***maat
Olá Maria Costa!
Obrigado.
Olá Maat!
Quem está comovido com o teu comentário sou eu.
Obrigado.
muito bonito!
é um belo poema...
parabéns.
Olá Catamita!
Bem vindo...
Obrigado.
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