As pétalas
da caravela
desvelam
aromas
intensos
e eternos
Semente
Raiz
Haste
Corola
Estas são
as coordenadas
que tacteio
no húmus
da viagem
É nesse porto
de pólen
que me abrigo
das primaveris
tempestades
É nesse cais
onde os silêncios
se atracam
como lapas à rocha
que largo
todas as âncoras
rumo a Oriente
Liberta
das amarras
do medo
a brisa
sussurra
utopias
às asas
do dia
É então
que a proa
desse batel
carregado
de maresia
revela
aos embarcadiços
todos os fulgores
As flores da
magnólia
V. Solteiro, 24.05.07
4 comentários:
Talvez este poema seja poéticamente a beleza maior que li aqui.
Felicito-o!
Olá Maria Costa!
Muito obrigado.
Bom fim de semana.
A navegação...sempre...através de todos os presentes da terra, o amor pela arquitectura da natureza estão tão vivos nos teus poemas ...
como este , de que me sinto afim, e cito:
"É nesse cais
onde os silêncios
se atracam
como lapas à rocha
que largo
todas as âncoras
rumo a Oriente"
com afecto,
***maat
Olá Maat!
Navegar pela terra da poesia é fundear o corpo em porto seguro.
Além disso: que somos nós sem natureza? Seres regidos pelos ditames do cifrão?
Obrigado pelas tuas carinhosas palavras. Bom fim de semana.
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