
"Olho por olho e o mundo acabará cego"
Tenzin Gyatso, o actual Dalai Lama
"It was war", fotografia de Arkady Golod
"Procuro que a minha vida vá tendo a musicalidade duma constante pergunta e nunca o monolitismo paralisante duma conclusão. Estou absolutamente certo de que nem eu nem ninguém anda com a verdade no bolso, mas estou certo também de que dela irremediavelmente nos aproximamos pelas coisas que descobrimos e pelas resistências que vencemos."
" (...) O problema não é a Terra. Ela pode continuar sem nós e continuará. A magna quaesto, a questão maior, é o ser humano voraz e irresponsável que ama mais a morte que a vida, mais o lucro que a cooperação, mais seu bem estar individual que o bem geral de toda a comunidade de vida. Se os responsáveis pelas decisões globais não considerarem a inter-retro-dependência de todas estas questões e não forjarem uma coalizão de forças capaz de equacioná-las aí sim estaremos literalmente perdidos (...)."
"As pessoas não têm consciência de que quando se empenham inteiramente em servir o sistema e fazem de peça útil, comprometem talvez o melhor de si próprias. Não chegam a desfrutar, do cume a que poderiam ter chegado, a dimensão para que foram feitas."


"As águias de hoje na guerra,http://www.es.amnesty.org/60-aniversario-de-la-declaracion-universal-de-ddhh/actua-aung-san-suu-kyi/
Tradução livre de parte do Manifesto da Amnistia Internacional que visa assinalar seis décadas sobre a proclamação da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Fotografia da Associated Press de Aung San Suu Kyi, Prémio Nobel da Paz, a mais conhecida dos cerca de 2100 presos políticos de Myanmar, co-fundadora do principal partido da oposição, a Liga Nacional para a Democracia.


José de Guimarães, artista plástico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_de_guimar%C3%A3es
"Leaving the zone", fotografia de Samuel Sevada in www.photoforum.ru



"Quando se é mais novo, a ideia de morte é tão longínqua que normalmente pensamos que nunca morremos. É uma das maiores desgraças que pairam sobre o mundo moderno. As pessoas que estão no poder, sobretudo, devem pensar que nunca vão morrer. É por essa razão que são tão estúpidas.
"(...) Nós temos vivido sobretudo em função de uma imagem irrealista. Sempre no nosso horizonte de portugueses se perfilou como solução desesperada para obstáculos inexpugnáveis a fuga para céus mais propícios. Chegou a hora de fugir para dentro de casa, de nos barricarmos dentro dela, de construir com constância o país habitável de todos, sem esperar de um eterno lá-fora ou lá-longe a solução que como no apólogo célebre está enterrada no nosso exíguo quintal. Não estamos sós no mundo, nunca o estivemos. As nossas possibilidades económicas são modestas, como modesto é o nosso lugar no concerto dos povos. Mas ninguém pode viver por nós a dificuldade e o esforço de uma promoção colectiva do máximo daquilo que adentro dessa modéstia somos capazes. Essa promoção passa por uma conversão cultural de fundo susceptível de nos dotar de um olhar crítico sobre o que somos e fazemos, sem por isso destruir a confiança nas nossas naturais capacidades de criação autonomizada, dialogante como tem sido sempre, mas não sob a forma de uma adaptação mimética."
Foto de V. Solteiro
Parque Nacional da Peneda-Gerês
" (...) Sim Senhor, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que sobem e baixam... Prosterno-me diante delas... Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as... Amo tanto as palavras... As inesperadas... As que avidamente a gente espera, espreita até que de repente caem... Vocábulos amados... Brilham como pedras coloridas, saltam como peixes de prata, são espuma, fio, metal, orvalho... Persigo algumas palavras... São tão belas que quero colocá-las todas em meu poema... Agarro-as no vôo, quando vão zumbindo, e capturo-as, limpo-as, aparo-as, preparo-me diante do prato, sinto-as cristalinas, vibrantes, ebúrneas, vegetais, oleosas, como frutas, como algas, como ágatas, como azeitonas... E então as revolvo, agito-as, bebo-as, sugo-as, trituro-as, adorno-as, liberto-as... Deixo-as como estalactites em meu poema; como pedacinhos de madeira polida, como carvão, como restos de naufrágio, presentes da onda... Tudo está na palavra... Uma ideia inteira muda porque uma palavra mudou de lugar ou porque outra se sentou como uma rainha dentro de uma frase que não a esperava e que a obedeceu... Têm sombra, transparência, peso, plumas, pêlos, têm tudo o que se lhes foi agregando de tanto vagar pelo rio, de tanto transmigrar de pátria, de tanto ser raízes... São antiquíssimas e recentíssimas.Vivem no féretro escondido e na flor apenas desabrochada...Que bom idioma o meu, que boa língua herdamos dos conquistadores torvos... Estes andavam a passos largos pelas tremendas cordilheiras, pelas Américas encrespadas, buscando batatas, butifarras, feijõezinhos, tabaco negro, ouro, milho, ovos fritos, com aquele apetite voraz que nunca mais se viu no mundo... Tragavam tudo: religiões, pirâmides, tribos, idolatrias iguais às que eles traziam em suas grandes bolsas...Por onde passavam a terra ficava arrasada... Mas caíam das botas dos bárbaros, das barbas, dos elmos, das ferraduras. Como pedrinhas, as palavras luminosas que permaneceram aqui resplandecentes...o idioma. Saímos perdendo... Saímos ganhando...Levaram o ouro e nos deixaram o ouro... Levaram tudo e nos deixaram tudo...Deixaram-nos as palavras."
"Se tivesse que me descrever, diria que sou uma pessoa à procura de palavras e que às vezes as encontra"."líquidos dias
do tempo breve e profundo
com as sombras
repartindo
os verdes"
Poema de Maat
http://omaratingenos.blogspot.com/
Foto de V. Solteiro
Parque Nacional da Peneda-Gerês


"[que em nada baste
que as pa lavras se des tapem
dos seus corações em cio
e mergulhem facílissima mente
no domínio comum das bocas
seta recta a perfurar códigos de espaço
(apont ar >"
Poema de Rosasiventos - http://rosasiventos.blogspot.com/
Foto de V. Solteiro
Parque Nacional da Peneda-Gerês

