O clamor das águas...



"A água entra no corpo e varre tudo,
limpa tudo,
atravessa-nos e torna-nos água.


onde está?
por onde entrou?
onde vive?
de que é feita?

não importa...desde que a água se respire do cheiro...
desde que as margens não a parem,
desde que os mantos não a cubram...
será água, límpida, porque corre dentro de nós, e desaparece no rio dos olhos, quando a pele
não tem paredes para segurar."



Poema de Dalaila - http://farolnoventodonorte.blogspot.com/ - publicado na caixa de comentários do post "Líquida menina".


Fotografia de Vítor Dias, intitulada "Water", in http://www.photoforum.ru/


4 comentários:

Dalaila disse...

O título é bem melhor do que o resto das palavras emarenhadas, que sairam ao ler o teu post.

Obrigada.
Há um clamor de amizade nas letras por aqui, que pretendo manter e cultivar desde as raízes.

lupuscanissignatus disse...

Boa noite Dalaila!

Emaranhadas, sim; se tal significar que estão ligadas umas ás outras pela torrente do pensamento e pelas correntes da emoção...

Emaranhadas, sim; se tal corresponder a um encadeamento que une as palavras à vida como a raiz do carvalho à terra...

Que esse clamor nunca sufoque!

Que esse fragor nunca se apague!

ContorNUS disse...

um registo fotográfico excelente...enleado nas palavras concretas ;)

lupuscanissignatus disse...

Olá Contornus!

A fotografia é, de facto, fenomenal...

Ilustra na perfeição as palavras, concretas e definidas, da Dalaila.

Obrigado aos dois.