"Lá fora faz sol.
Não é mais que um sol
mas os homens olham-no
e depois cantam.
Eu não sei do sol.
Sei a melodia do anjo
e o sermão quente
do último vento.
Sei gritar até a aurora
quando a morte pousa nua
em minha sombra.
Choro debaixo do meu nome.
Aceno lenços na noite
e barcos sedentos de realidade
dançam comigo.
Oculto cravos
para escarnecer meus sonhos enfermos.
Lá fora faz sol.
Eu me visto de cinzas."
Alejandra Pizarnik, poetisa argentina
"Aurora", fotografia de Marcelo Favero dos Santos, in http://www.photoforum.ru/
(poema gentilmente enviado por Maat)
2 comentários:
e me enterro nas cinzas da terra onde sol bate, e brilhará
Olá Dalaila!
...Qual semente à espera de germinar...e ser fruto...e ser flor...
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