"ouvi agora senhores
uma história maldita
por entre vários favores]
e os esforços da Dita!
está aberto o processo!]
decorre agora a audiência!]
é o governo confesso
na Tribo da paciência.
e sentam-se todos à mesa]
tossem todos com gripe]
e a malta sempre mais tesa
serve em s. bento de vip.
saltam então os foguetes
e os martelos no chão!...
e o governo com banquetes
dá-nos a extrema-unção!...
voltámos à renascença.
são os sumos-sacerdotes.
e os generais de nascença
caiem todos dos escadotes!
ó glória de mandar
que esta vaidade atiça!
vão as rádios fechar
por uma santa justiça!...
e lá vem a Nau-Catrineta
que tem muito que contar...
a malta toda sem cheta
e a Outra sempre a roubar...
eh que manada d' archotes
que leva a malta nos cornos
com os sumo-sacerdotes
a recheá-los com pornos!...
mas...no frenesim dos saiotes
com suas damas felinas
caiem todos dos escadotes
deitam na cama as meninas...
e os rechonchudos com asas
assam perús nos salões
deixam vazias as casas
deixam fugir os ladrões!...
ó glória de mandar
que esta vaidade atiça!...
vão as ditas fechar
por uma santa-justiça?!"
"Na tribo da paciência", poema de Maria Azenha, in "PIM - Poemas de Intervenção e Manicómio", Universitária Editora, 2000
uma história maldita
por entre vários favores]
e os esforços da Dita!
está aberto o processo!]
decorre agora a audiência!]
é o governo confesso
na Tribo da paciência.
e sentam-se todos à mesa]
tossem todos com gripe]
e a malta sempre mais tesa
serve em s. bento de vip.
saltam então os foguetes
e os martelos no chão!...
e o governo com banquetes
dá-nos a extrema-unção!...
voltámos à renascença.
são os sumos-sacerdotes.
e os generais de nascença
caiem todos dos escadotes!
ó glória de mandar
que esta vaidade atiça!
vão as rádios fechar
por uma santa justiça!...
e lá vem a Nau-Catrineta
que tem muito que contar...
a malta toda sem cheta
e a Outra sempre a roubar...
eh que manada d' archotes
que leva a malta nos cornos
com os sumo-sacerdotes
a recheá-los com pornos!...
mas...no frenesim dos saiotes
com suas damas felinas
caiem todos dos escadotes
deitam na cama as meninas...
e os rechonchudos com asas
assam perús nos salões
deixam vazias as casas
deixam fugir os ladrões!...
ó glória de mandar
que esta vaidade atiça!...
vão as ditas fechar
por uma santa-justiça?!"
"Na tribo da paciência", poema de Maria Azenha, in "PIM - Poemas de Intervenção e Manicómio", Universitária Editora, 2000
Cartoon retirado daqui: http://danielravena.blogspot.com/
8 comentários:
Tão mais que actual.... tão mais....
Um poema de intervenção, poemas como este fazem falta no panorama poético.
Boa tarde.
Obrigada pela partilha.
Essa mulher é maravilhosa, universal...
Ela descreve um microcosmo e revela o macrocosmo...
Obrigado pela partilha
bjos
Olá Mir!
Cento e um por cento de acordo... :)
Olá Hanah!
Essa descrição é fabulosa...e justíssima... :)
Mandar non é doado.
Boa tarde e unha aperta.
:)
Maravilhoso !! é a caneta de Maria da azenha, nem mais nem menos. increivelmente atualizado. Abrazo Lupussignatus
Bom dia Marinha!
Gosto deste poema. Porque desmascara o poder e os poderosos, nos seus tiques e toques.
Domingo radioso.
Bom dia Enrique!
Intemporal.
Abraço atlântico.
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