Escuro


Abre os olhos, escuro!


Vê quanta claridade se esconde no maduro

núcleo da onda. Íntegro, queimas o sal em cada

inalação da matéria.


Sabes, o crânio é um frágil vaso de madrugada

que se sustém no parapeito das intempéries.

Inclina-o e mergulha-o no coral do recomeço. 


A sede pelo fruto ganhará assim um outro apreço.


V. Solteiro

1 comentário:

Graça Pires disse...

Gostei imenso deste seu poema. Mergulhar no coral do recomeço para que a sede pelo fruto ganhe outro apreço. Tão belo!
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.