Uma faca de luz
tomba
sobre a mesa do mar
A face lívida do seu gume
talha os frutos do ar
com um misericordioso golpe
Recolectora de pó e estrelas
a sua reluzente lâmina
navega pela aresta da escuridão
sem a mais leve relutância
sem a mais leve relutância
Ávida
a rumorosa boca da maré
agradece a oferenda
com um banquete
de espuma e maresia
V. Solteiro
3 comentários:
À boca da maré, um poema de luz navegando "pela aresta da escuridão" recolhendo estrelas...
Belíssimo poema.
Beijo.
O mar é um banquete infinito de possibilidades para quem quiser poetizá-lo ou encontrar, nele, poesia. Gostei do seu espaço! Forte abraço!
Coisas interessantes, nesta maneira de ver o mar, registo.
Saudações poéticas!
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