envenenado pelo arpão da cobiça
ferido pelo gume da iniquidade
Este é o tempo ausente
contaminado pela cinza do cinismo
vergastado pela poeira da hipocrisia
Este é o tempo amarrotado
o tempo da mudez infligida
o tempo da pequenez altiva
Este é o tempo do fruto macerado
o tempo da semente calcinada
o tempo da palavra rasgada
Tempo raso
Onde até a água das lágrimas
nasce inquinada
V. Solteiro
8 comentários:
Belo! Vou tomar a liberdade de te citar no Ondas3 de amanhã. Abraço!
"Este é o tempo ausente".
Homens sem tempo.
Certeiro, Vítor!
Um abraço.
Jefferson.
É um tempo onde não há tempo.
E só metal!
Onde se mata e beija com a ponta da navalha ...
***
No centro do Poema deste tempo!
Beijo***
Simplesmente belo!
Bjs dos Alpes
Belíssimo ente dizer entre a revolta e a mágoa.
Um tempo em que, do humanismo, resta pouco.
Lídia
É tão belo e tão verdadeiro que o levei e partilhei na minha página do FB , com referência especial ao seu blog.
Obrigada.
Dina Correia
Excelente poema.
Abraço
Lindoooo, simplesmente me apaixonei!!! Demais!
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