A pulso


Soul, de Irina Z.


















Toma o pulso aos objectos que gravitam no coração da treva. Ausculta-lhes os sinais vitais.
Também eles sussurram às paredes os seus desvarios.
Também eles projectam as suas sombras ao entardecer.
Decifra o mistério do sangue no poente.
Descodifica-lhe as coordenadas que conduzem à sua irradiação.
Tudo se constrói pelos veios da luz. Pelos êmbolos da claridade.
Não é o teu corpo um ponteiro escuro e frio à espera de corda para se erguer na haste do dia?


Texto de V. Solteiro

3 comentários:

icendul disse...

estejamos inscritos na roda do tempo. que o corpo seja propelido por um coração-relógio que nos bombeie para a luz em cada movimento do tecido.

boas férias, v:)

bjns

Graça Pires disse...

Tomar o pulso aos objectos e saber que o sangue do poente dá beleza ao tempo que passa...
Um belo poema!
Beijos.

Lídia Borges disse...

Belíssimas metáforas a iluminarem o poemo. É um poema luminoso, sim!

L.B.