Com a enxada da palavra
cavo a leira dos rebentos.
Por vezes, a lâmina das sílabas
faísca numa pedra mais agreste
escondida debaixo da terra.
Apanho-a e perscruto-a
com curiosidade de geólogo.
É uma pedra de múltiplas faces.
Contudo, só uma reluz quando lhe toco.
Mas é a aresta mais obscura e rugosa
a que me interpela.
Texto e fotografia
de V. Solteiro
de V. Solteiro
4 comentários:
V.
Fazia tempo que eu comparecia ao teu blogue, mas foi com grande alegria que constatei o quanto tuas reflexões merecem ser lidas. Aos lê-las me dei conta que ainda existe inteligência na bloguesfera, Parabéns, JAIR.
:)
podia ser eu a escrever isto.
adorei o assobio
fr
excelência de palavra ...a Poesia está em toda a parte...como a senti nesta lavoura de carbono puro...
Obrigada,
Afecto***
A matéria que olha, reluz e ofusca nas mãos que buscaram no solo esses belos versos. Matéria viva.
Belo poema, amigo!
Permite divulgar no meu blog Lendo Poesia?
Abraço, Vítor!
Jefferson.
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