Infâmia

o ódio
crepita
no altar
da humanidade

des.figuradas
bocas
gritam
a mudez
das oliveiras
decepadas
pela infâmia

O seu eco
fecunda
o ventre
da terra

A sua nudez
desmorona
o templo
dos cegos


Das ruínas
dos lábios
rubras
tâmaras
brotam
calcinando
o deserto
de gumes

Poema de V. Solteiro
"ULC", fotografia de Yaryshev Eugeny

8 comentários:

devaneiosaovento disse...

Venho desejar que seu ano seja de alegrias e de luz.
Aqui sempre lindo, nos brindando com tão belos poemas.
abraços

Meg disse...

[...]o medo e o ódio
crepitam
no altar
da humanidade
...

Maus presságios para um ano que começa.
Apesar disso, aqui deixo os meus votos de um 2009 muito feliz. Que ele proporcione a realização de todos os teus desejos.

Um abraço

maré disse...

"as noites estão grávidas" diz um adágio árabe...

de deuses desententidos

e mudos

acrescento.

______
até quando?!...

luisa vale- fotografia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
luisa vale- fotografia disse...

uma foto FORTE
os olhos agarram-se
e
dá que pensar

The Green Planet disse...

Great job, what a beautiful pictures.. You're a great artist...


Putty Angelica

ROSASIVENTOS disse...

lúb-ricas tâmaras,


ter-ra-do-sol (quase




~

Gabriela Rocha Martins disse...

de ódios
e paixões


cegos os HOMENS


resistamos




.
um beijo