"São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
"As Palavras", poema de Eugénio de Andrade
"Crystal Structure", fotografia de Eldreamer, in http://www.photoforum.ru/
3 comentários:
Aprazível reler.
Abraço.
Palavra que as amo.
Saudades de ti.0o0
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