O (des)nível da pele...



"Ficávamos no quarto até anoitecer, ao conseguirmos]
situar num mesmo poema o coração e a pele quase podíamos]
erguer entre eles uma parede e abrir
depois caminho à água.


Quem pelo seu sorriso então se aventurasse achar-se-ia]
de súbito em profundas minas, a memória
das suas mais longínquas galerias
extrai aquilo de que é feito o coração.


Ficávamos no quarto, onde por vezes
o mar vinha irromper. É sem dúvida em dias de maior]
paixão que pelo coração se chega à pele.
Não há então entre eles nenhum desnível."



"Paixão", poema de Luís Miguel Nava

"The green skin of earth", fotografia de Victor, in http://www.photoforum.ru/

8 comentários:

Dalaila disse...

a pele que se une na paixão dos dias e palavras que se comem

L. disse...

também o li

Maria Azenha disse...

..."onde por vezes o mar vinha irromper. É sem dúvida em dias de maior]paixão que pelo coração se chega à pele.Não há então entre eles nenhum desnível."
assim é a navegação.

estrelas ao anoitecer

~pi disse...

como se rasgam todos os nós. de nós...

belíssimo!

lupuscanissignatus disse...

Olá Dalaila!

Vocábulos que se degustam. Lentamente. Como acto de amor.

lupuscanissignatus disse...

Olá L.

Lê-se com prazer...

lupuscanissignatus disse...

Olá Maat!

Navega-se de fio a pavio, com as velas do corpo desfraldadas ao vento...


Dia luminoso.

lupuscanissignatus disse...

Olá Pi!


des

atam-se

des

fiam-se