Chão de água
O vento aquieta as velas
ao pensamento
desdobra
os nós do seu cordame
Sabem-no os juncos
quando tremem à boca do canal
sentindo o roçagar das fendas dos barcos
V. Solteiro
Fruição
Da janela do céu abre-se
um solo que nunca viu o arado
uma oliveira que nunca sentiu
a fruição do fruto
Aquelas nuvens
com olhos de azeitona
Porque me miram assim?
Ainda é cedo para saber
A noite está madura
traz um diospiro nas mãos
V. Solteiro
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