A modernidade travestida



"Os tempos modernos não começam de uma vez por todas.
Meu avô já vivia numa época nova.
Meu neto talvez ainda viva na antiga.

A carne nova come-se com velhos garfos.

Época nova não a fizeram os automóveis
Nem os tanques
Nem os aviões sobre os telhados
Nem os bombardeiros.

As novas antenas continuaram a difundir as velhas asneiras.
A sabedoria continuou a passar de boca em boca."


"Os tempos Modernos", poema de Bertold Brecht, Augsburg, Baviera, Alemanha, 1898-1956 - tradução de Arnaldo Saraiva

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