De onde nasce o silêncio...



Silenciosamente
absorvo
todas as sílabas
que se desprendem
dos ramos
do quotidiano

Silenciosamente
interiorizo
a ideia
recorrente
de morte
que o sol
irradia

Silenciosamente
soletro
com deleite
a vida
que se esconde
nos líquenes

Silenciosamente
sorvo
com delícia
os estranhos ruídos
que o motor
do coração
liberta

Silenciosamente
ligo
a ignição
dos sentidos
e coloco
a caravana
da poesia
em movimento

Silenciosamente

Enquanto
a noite
dorme

V. Solteiro, 20.04.07

3 comentários:

Maria Azenha disse...

silenciosamente reverencio o silêncio do poema.
vejo o coração cósmico escondido nele...

***maat

Maria Azenha disse...

...e a Beleza é um intervalo nos versos de ti...


***maat

lupuscanissignatus disse...

Obrigado, Maat.

O silêncio é a fonte de todas as palavras...